Por Andrés Vacca – BLes.com 

De acordo com um revelador relatório de inteligência privado publicado pela Strider Technologies, pelo menos 154 cientistas chineses que trabalharam em pesquisas patrocinadas pelo governo dos EUA no principal laboratório de segurança nacional do país foram recrutados para fazer, na China, trabalhos científicos associados ao projeto e à fabricação de armas nucleares, o que é considerado um alto risco para a segurança nacional dos EUA.

O relatório afirma que o regime chinês realizou um esforço sistemático para localizar cientistas chineses no Laboratório Nacional de Los Alamos, nos Estados Unidos, onde foram projetadas as primeiras armas nucleares da história.

A maioria desses cientistas chineses que conseguiram um emprego no laboratório americano, depois de algum tempo apresentaram suas demissões e voltaram a trabalhar para laboratórios chineses, muitos dos quais são conhecidos por terem laços estreitos com o regime comunista e sua máquina de guerra .

Entre as tarefas para as quais os cientistas foram contratados está o desenvolvimento de avanços tecnológicos em ogivas nucleares, mísseis hipersônicos, submarinos e drones.

O regime comunista chinês implementou há décadas uma política de “copiar e roubar” que é bastante evidente em muitas áreas críticas, entre as quais se destaca o desenvolvimento tecnológico da energia nuclear e das armas.

Como base de sua estratégia, durante os últimos quarenta anos o regime chinês tem incentivado que milhares de chineses especializados em determinadas áreas saiam livremente do seu país para trabalhar em prestigiadas empresas internacionais, laboratórios, universidades e outros centros de conhecimento.

Então, essas pessoas foram, em muitos casos, tentadas a retornar à China e colocar todo o seu conhecimento a serviço do regime chinês e de seu aparato de dominação.

Zang Qichao é um renomado consultor chinês especialista em investimentos e financiamento de capital, durante uma apresentação ele relata cinicamente as táticas do Partido Comunista Chinês (PCCh) de plagiar e roubar conhecimento e pesquisa de empresas estrangeiras, para apropriar-se das patentes, dos produtos e do mercado.

Qichao é consultor de muitos bancos, incluindo o Banco da China e o Banco Industrial e Comercial da China, no vídeo ele deixou claro o que o regime chinês tem feito há pelo menos 4 décadas com sua política de “associar-se, aprender e fazer sozinho”.

O regime chinês tem usado táticas muito sutis para disfarçar seus mecanismos de roubo de informações, sempre beirando o ilegal, mas cuidando para não ultrapassar essa linha e entrar em grandes conflitos. É provável que seja por isso por isso que, tirando as críticas de alguns setores, a comunidade internacional permitiu, ou não impediu, que o regime chinês levasse essa política cada vez mais adiante.

Mas parece que agora se chegou a um extremo: copiar claramente, por exemplo, os mecanismos e estratégias de uma linha de produção de automóveis não tem as mesmas implicações que copiar o desenvolvimento tecnológico e os projetos de armas nucleares.

A transferência de talentos “representa uma ameaça direta à segurança nacional dos EUA”, disse Greg Levesque, cofundador da Strider e principal autor do relatório citado acima. “A China está jogando um jogo para o qual não estamos preparados e realmente precisamos começar a nos mobilizar”, alerta.

“Plano dos mil talentos”, o programa do regime chinês para roubar conhecimento


O programa ou plano dos mil talentos foi estabelecido pelo regime comunista chinês em 2008 com o objetivo de reconhecer e recrutar os principais especialistas internacionais em pesquisa científica, inovação e empreendedorismo.

Desde que o programa foi implantado, suscitou críticas em várias esferas devido ao medo justamente pelas intenções ocultas do programa, associadas ao roubo de informações. Tanto que, em 2019, um relatório bipartidário do Senado dos Estados Unidos garantiu que o Programa dos Mil Talentos da China é um vetor para o regime chinês explorar a pesquisa e o conhecimento americanos.

Durante a administração do presidente Trump, buscou-se mostrar com sucesso como o crescimento e desenvolvimento da China se deu em grande parte graças às contribuições dos americanos e seus avanços tecnológicos e de conhecimento.

O então diretor do FBI, Christopher Wray, resumiu muito bem essa situação durante um discurso em 2020 dizendo que “através de programas de recrutamento de talentos como o Mil Talentos, a China paga cientistas de universidades americanas para trazer em segredo nosso conhecimento e inovação para a China, mesmo que isso signifique roubar informações patenteadas ou violar nossos controles de exportação e criar conflitos de interesse.”

Por que o vazamento de informações do Laboratório de Los Alamos é particularmente perigoso?


Los Alamos é o controverso laboratório americano onde foi desenvolvida a bomba atômica que mais tarde marcou o fim da Segunda Guerra Mundial. Ele está atualmente envolvido em ciência e engenharia em apoio à segurança nacional dos Estados Unidos. Porém, grande parte da informação que possui não é confidencial e está disponível para muitos cientistas estrangeiros que trabalham na instalação.

O enorme laboratório surgiu como uma instituição secreta durante a Segunda Guerra Mundial para projetar e construir as primeiras armas nucleares. Atualmente está sob o Departamento de Energia dos Estados Unidos e é administrado pela Universidade da Califórnia. Tem cerca de 6.800 trabalhadores. Obviamente nem todos lidam com informações confidenciais, mas a maioria está na corrida para acessar altos cargos onde o acesso a essas informações aumenta.

Hoje trabalha abertamente com a missão de resolver os desafios de segurança nacional dos Estados Unidos por meio de um plano de trabalho abrangente orientado à pesquisa para o desenvolvimento de segurança nuclear, inteligência, defesa, contraterrorismo, segurança energética e lidar com ameaças emergentes.

Tudo isso são motivos suficientes para entender que qualquer tipo de vazamento de informações deste laboratório para um país como a China, que está à beira de um conflito militar com os Estados Unidos, é no mínimo motivo de alarme.

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